Os Verbitas da Região BRA assumem o compromisso missionário em três áreas indígenas: Oiapoque, Arapiuns e Altamira. Os confrades Verbitas que trabalham nessas áreas indígenas são capacitados pelo Conselho Indigenista Missionário (CIMI) – órgão responsável pela missão indigenista da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, e portanto são membros deste. Nos dias 6-8 de Março os Verbitas do CIMI participam da assembleia do povo indígena da etnia Parakanã, na região médio Xingu no estado do Pará.
I. CONHECER O POVO PARAKANÃ
Na região médio Xingu no estado do Pará se concentra maior número da população indígena, incluindo o Povo Parakanã. Além disso se encontra nessa mesma região os demais povos como Juruna, Xipaia, Kuruaia, Arara, Kararaô, Xikrin, Araweté e Assuriní espalhados em centenas aldeias nessa região. O povo Parakanã residem em 22 aldeias, uma próxima da outra. O sistema de liderança nas aldeias é de cacicagem isto é os (as) caciques que são líderes para cada aldeia. Além disso, está se desenvolvendo a organização das associações nas aldeias. O povo Parakanã é classificado como povo de recente contato. Pois apenas de quatro décadas de contatos com o povo branco e o mundo exterior. Salvo alguns fatos mais recentes de que existe o casamento com os brancos. Todos eles ainda falam a sua língua materna de tronco Tupí. Nas escolas se utilizam duas línguas: portuguesa e língua materna. Os mais idosos só conseguem se comunicar com a língua materna, enquanto os mais novos conseguem se comunicar em ambas as línguas.
II. OS DESAFIOS DO POVO PARAKANÃ
Maior desafio deles é manter a posse da sua própria terra. Durante vários anos a terra Apyterewa (nome da terra) foi invadida ilegalmente e se transformou em fazendas e garimpos. Os invasores também desmatam a floresta e poluem os rios. Assim causou um grande problema ambiental e saúde do próprio povo.
Outro desafio é que a área habita é muito distante do centro urbano. Por isso, dificulta o atendimento de saúde, desenvolvimento econômico e progresso na educação. Só para ter uma ideia a viagem de Altamira à aldeia mais próxima dos Parakanã no verão dura por 36 horas de voadeira. Por ter o contato com a cultura de fora, o povo corre o risco de deixar do lado os seus valores culturais milenares e adotam estilo de vida de fora sem fazer o devido discernimento.
III. A RECONQUISTA DA TERRA
Depois de ter lutado por vários anos o povo Parakanã finalmente reconquista a sua valiosa terra. No dia 6 de Março recentemente com a presença da Ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajarara, FUNAI, Ministro da Casa Civil, Representante da AGU, Representante do Gabinete do STF, Polícia Federal, Força Nacional, os Movimentos Indígenas e as Associações realizam o ato oficial de entrega do Documento do Processo da Desintrusão da Terra Indígena Apyterewa.
IV. PRESENÇA DOS VERBITAS
Desde o ano de 2014 os Verbitas iniciam sua presença e atividade missionária nesta área indígena, incluindo no meio do povo Parakanã. São dez anos de caminhada marcante com todos os desafios e possibilidades. Atualmente, nossos dois confrades colaboram com esse povo na sua luta cotidiana. Por tal contribuição os Verbitas foram convidados para participar deste momento histórico e marcante que é a reconquista da terra.
V. A MISSÃO VERBITA CONTINUA
O povo Parakanã ja está com a sua terra nas palmas de suas maõs. Eles ja têm toda segurança e tranquilidade para manter, cuidar e cultivar na sua própria terra. Agora os Verbitas continuam com a sua missão de colaborar com esse povo tanto no campo religioso, econômico, cultural, político e ambiental.