Neste dia Nacional da Juventude, a Igreja convida-nos a meditar sobre o maior dos mandamentos. E quando se fala do maior, pode ser o primeiro e o mais importante de todos os mandamentos. Esse mandamento pode nos fazer referência ao que nos move, ao que dá sentido às nossas ações.
Para responder ao mestre da Lei Jesus disse: “Amaras o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento, este é o maior e o primeiro”. E o segundo que é semelhante a esse, é amaras o teu próximo como a ti mesmo”.
A resposta de Jesus nos mostra que a vontade do seu Pai é ver que todos se amam, pois Deus é Amor. A palavra Amor está no centro dos ensinamentos cristãos e social. Todo mundo, até algumas organizações nacionais ou internacionais, trabalha em função do amor e do bem-estar do ser humano. Mas essa palavra “Amor cada vez sofre mudança de acordo com os nossos interesses, de acordo com o nosso humor, de acordo com a nossa classe social, de acordo com a religião em que pertencemos e pode até ser de acordo com o momento quando falamos da sociedade liquida, pois cada geração tem a sua linguagem própria do amor.
Então se não for da mesma religião, não há amor. Se não é da mesma classe social, não tem amor. Se não estiver em sintonia comigo, não é amor. Se me criticar o amor acaba; se me disser não o amor acaba. Hoje, acordo bem então amo todo mundo; amanhã acordo mal, então detesto aquele ameiem menos de 24 horas. Assim dificilmente o ser humano consegue fazer a diferença entre as coisas. Nestes casos o que guia para o amor são emoções, assim o homem passa a criar normas para amar.
O Amor hoje em dia é mais complexo como pensamos. O amor de que nos fala o evangelho, é o Amor “Ágape” um amor gratuito na sua originalidade. Esse tipo de amor que é o primeiro e é o que leva a amar a Deus e o próximo sem interesse. Amar a Deus é permitir que Deus faça parte da minha vida e eu a dele, isto livre de todo tipo de medo. Pois, há alguns se aproximam de Deus por medo de ir ao inferno. O Amor Ágape vai além desse amor de medo, é um amor transcendente que quebra todo tipo de barreira apesar das nossas limitações. O amor a Deus cria relação interpessoal com ele e nos ajuda a se aproximar do próximo. O amor a Deus dá sentido as pequenas ações que fazemos ao próximo e permite para outro ser feliz. Ele dá vida as considerações que temos para outro. Dessa forma o amor a Deus nos convida e nos impele a ser mais compromissado como próximo, poiso “próximo é outro eu” (Paul Ricoeur), o próximo é o rosto de Deus (Levinas). O rosto nos fala, nos transmite afecções, mensagens. Então cuidar da viúva, do estrangeiro, dos órfãos, são práticas que terão sentido quando percebemos a necessidade do outro e olhamos para ele com amorÁgape.
Amar é um dom de Deus e Deus oferece ao humano a capacidade de amar e de sentir a dor do outro. Mas a prática do amor que é uma virtude, está perdendo o seu verdadeiro sentido. O ser humano ajuda o próximo, mas quer que todos saibam. Ele oferece uma camisa para outro fala a todos. O fato de ele falar ou o difamar com certeza, deixará outro humilhado.
O gesto do Amor, é aquele que não mata o necessitado, é aquele que nos leva colocar outro em pé. É aquele sobretudo que nos leva amar a Deus e o próximo verdadeiramente sem interesse pois é Amor.
Pe. Agostinho Mevor, SVD