Uns anos atrás, atendendo pedido do Pároco de Brasil Novo, celebrei missa numa vicinal da Transamazônica, para a festa na comunidade de Nossa Senhora. Estavam comigo o Irmão Casagrande e o Pe. Rodolfo.
Chegamos cedo e fiquei conversando com um senhor, liderança da comunidade. Ele me contou a história do pai dele que era muito devoto de Nossa Senhora. Todos os dias rezava o Terço. Ele adoeceu, mas não queria ir no hospital. Ficou na cama com o terço na mão,
rezando. De repente ele falou: “Nossa Senhora está me chamando para a casa do Pai”. Fechou os olhos e foi para a casa do Pai. Fiquei impressionado com a história.
Logo em seguida fui para Oiapoque onde passei o Natal e Ano Novo com Pe. Miguel. Na volta passei na nossa Paróquia de Nossa Senhora de Nazaré em Macapá com os padres Lucas e Sebastião. Fazia tempo que a Dona Íres, vizinha da casa paroquial, estava me cobrando celebração de 50 anos de aniversário do casamento dela e Luciano, porque eu celebrei o casamento deles em Porto Trombetas.
Aproveitando a ocasião, celebrei a missa dos 50 anos na Igreja Nossa Senhora de Nazaré. Na homilia contei a história do homem da vicinal de Brasil Novo. Depois da missa, o senhor que fez as preces, entrou na sacristia e falou: “Padre, quase não consegui fazer as preces de tão emocionado que fiquei. Aquele homem de Brasil Novo era meu tio”.
O mundo é pequeno.
Logo que a saudação chegou aos meus ouvidos, a Criança pulou de alegria no meu ventre” (Lc 1, 41).
Sejamos como Maria, portadores de alegria, levando alegria para as pessoas com quem encontramos, de modo especial para os tristes.
Olhou para a humildade de sua serva”(Lc 1, 48).
Tradução talvez mais correta: “Humilhação da sua serva”. Sejamos servos humildes, olhando para os humildes e os humilhados das nossas paróquias e locais de trabalho.
Derrubou dos tronos os poderosos e elevou os humildes”. “Encheu de bens os famintos” (Lc 1, 52 – 53).
Temos que acreditar que isso é possível e lutar para que aconteça. Está acontecendo também em nossos dias. Maria está na luta conosco. E tomara que no fim da nossa caminhada aqui na terra, Maria nos convide também para a Casa do Pai.
Pe. Patrício Brennan, SVD