Pe. Francisco Kom nasceu a 11 de Agosto de 1939 em Johannesburg , Africa do Sul, mas optou, mais tarde pela nacionalidade Irlandesa. Seus pais foram Lai Min Kom e Sui Dai Kom. Fez o seu ensino primário e secundário na África do Sul de 1947 a 1957 e os estudos superiores de filosofia e teologia em Donamon e Maynooth na Irlanda.
Fez os primeiros votos na Congregação do Verbo Divino em 1967, os votos perpétuos em 1971 e foi ordenado sacerdote no dia 18 de Dezembro de 1971 em Donamon, Roscommon, Irlanda.
Chico Kom foi nomeado para a província SVD Brasil Sul em carta de 24 de Abril de 1971 assinada por Carlos Muller, assistente do Conselho Geral e dirigida ao provincial de BRS, Pe. José Couto Mota.
Pe. Patrick Ferry, provincial da Irlanda, em carta datada de 11 de Junho de 1972 diz textualmente: ” Durante os últimos quatro anos tenho sido o provincial de Pe.Francis Kom. Li todos os relatórios feitos sobre ele durante a sua formação académica e religiosa e não tive nenhuma dúvida em recomendá-lo como candidato idôneo à ordenação sacerdotal e o recomendo como capacitado para exercer suas funções sacerdotais no Brasil.”
Já destinado para o Brasil, mas ainda em Maynooth, Irlanda em carta datada de 14 de Fevereiro de 1972, Padre Chico Kom se apresenta ao provincial do Brasil Sul, Antônio Korman: “Sou cidadão Irlandês, nascido em Johannesburg, África do Sul e sou descendente de chineses. Nos últimos seis anos estudei na Irlanda. Em Dezembro do ano passado fui ordenado presbítero. Desde os meus tempos de escola tive muito interesse pela América do Sul e agora chegou o momento de pedir o meu visto para o Brasil onde espero trabalhar como padre.”
Pe. Chico Kom chegou no Brasil no dia 12 de Janeiro de 1973 ( Cf. Carta datada de 26 de Abril de 1977 escrita de Medianeira pedindo as suas primeiras férias).
Vamos encontrar padre Chico Kom em Abril de 1973 em Brasília fazendo o curso de inculturação e português (CENFI) na sua primeira etapa de vida e missão no Brasil.
No dia 18 de Maio de 1973 envia uma carta ao provincial da BRS , Pe. Koreman onde fala sobre o seu futuro. Primeiro desculpa-se por ainda não escrever em português e continua:
“Na Irlanda, durante uma visita sua perguntei se podia trabalhar em Guarapuava um ou dois anos logo no início com Tom e Sean. Sua resposta foi sim. Agora Tom Hughes me diz que me querem mandar para Medianeira. Não me importo de ir para lá se realmente é impossível ir para Guarapuava. Mas, por favor, me autorize a ficar dois meses em Guarapuava… para obter experiência pastoral com Tom e Sean (Irlandeses). Tenho a certeza que tenho muito a aprender com eles. “
O provincial Koreman responde em uma carta datada de 23 de Maio de 1973:
“Analisamos com carinho o seu pedido de ir para Guarapuava. Isso se tornou impossível porque também o Jorge vai para lá a pedido do Sr Bispo. Vai mais o Getúlio. Lá não há mais quartos e em outras paróquias sofremos de uma falta tremenda de padres. Na verdade o primeiro pensamento foi Medianeira… mas agora o Conselho decidiu nomeá-lo como coadjutor para a Paróquia de Corbélia, uma de nossas melhores paróquias perto de Cascavel… Você irá gostar muito daquela paróquia e até o povo está ansioso para recebe-lo, querem até prepara uma festinha para a sua chegada… Acho que não deveria ir para Guarapuava agora, mas sim depois de entrosar-se em Corbélia. Daí depois ir olhar em Guarapuava e comparar as paróquias e os métodos de trabalho. Não só ali mas também em Cascavel ou Foz… talvez a decisão do conselho irá decepcioná-lo. A gente compreende o seu desejo mas….você vencerá o receio e vai gostar imediatamente daquela paróquia…”
Em 1977 encontramos Chico Kom em Medianeira pedindo suas primeiras férias e um curso na Irlanda, já que naquele ano não haveria curso de Nemi em Inglês. Foi aconselhado pelo Conselho a fazer Nemi em 1978, o que ele aceitou adiando suas férias para Novembro de 1978 e fazendo Nemi em Janeiro de 1979.
Numa carta datada de 07 de Fevereiro de 1978 comenta um acontecimento desagradável que aconteceu com João Mors, Pároco de Medianeira, onde Chico trabalhava: Elírio Dal Piva provincial BRS nomeou João Mors, por telefone, como Reitor de Ponta Grossa no dia 24 de Dezembro de 1977. Quando chegou um gripo de padres e irmãos fizeram uma reunião em Ponta Grossa e votaram contra o João Mors como Reitor. Chico Kom em Carta ao provincial elírio diz: “Fiquei realmente chocado e confuso… eu acho que Pe. João não merecia esta humilhação, este tratamento de ser nomeado e depois rejeitado. Pe. João sempre preferiu trabalhar na pastoral, mas porque o conselho convidou, ele aceitou. O povo aqui pergunta como João está indo em Ponta Grossa e eu não sei que responder.”
Em sua resposta Elírio Dal Piva (provincial) responde: “falaremos pessoalmente. Parece-me que uma guerra epistolar não levaria a parte nenhuma…. Espero que você e o Adrianinho, que agora será vigário em Medianeira, “condividam” bem o trabalho, mas também saibam moderar os esforços para não sobrecarregar.