Morre aos 87 anos o Pe. Patrício Ruanne
O Missionário da Congregação do Verbo Divino, Padre Patrício Ruanne, conhecido como Pe. Patricinho, faleceu às 11h45min desta quinta-feira, 14, no Convento São Raimundo Nonato – Casa Central e dos idosos da Congregação em Santarém. Ele tinha 87 anos, estava doente, vivia há nove anos no Convento e era acompanhado por quatro cuidadoras. No momento de sua partida para a eternidade, os irmãos Verbitas da Congregação estavam rezando juntamente com as cuidadoras.
Seu corpo foi velado na igreja Santo Antônio – Bairro do Laguinho, e seu sepultamento foi no cemitério da Vila de São Braz, Região do Eixo Forte, sexta-feira,15 de maio.
Vida e Ministério
Pe. Patrício nasceu no Oeste da Irlanda, dia 18 de fevereiro de 1928, de uma família de agricultores, família pobre. Na sua juventude trabalhava na agricultura e se interessou pela luta de boxe.
Vendo que não tinha muito futuro para ele na Irlanda, sem terra e com emprego muito difícil, resolveu ir para Inglaterra como tantos e tantos outros Irlandeses naquele tempo.
Na Inglaterra, também trabalhou na agricultura, na safra de aveia, cevada, batata etc. e na primavera no plantio. Com o que recebia, parte mandava para a família na Irlanda e ajudou dois irmãos mais novos a fazerem faculdade. Eles foram formados em Engenharia, coisa rara para pobre naquele tempo.
A família de Pe. Patrício era religiosa e toda noite se rezava o terço na sua casa. Mesmo longe de casa e trabalhando muitas vezes com gente que não ligava para religião, ele se manteve sempre fiel. Com o passar do tempo sentiu chamado por Deus para assumir um compromisso mais sério, como sacerdote. Ficou sabendo da Congregação do Verbo Divino.
Por coincidência ou providência, a Congregação do Verbo Divino tinha uma casa no País de Gales onde ofereceu facilidade para candidatos fazerem o segundo grau. Assim Patricinho termina seus estudos.
Voltou para a Irlanda, onde entrou para o seminário. Depois foi estudar Teologia nos Estados Unidos. Foi ordenado padre no dia 19 de março de 1965, em Techny, Chicago-EUA. Recebeu nomeação missionária para a Índia, onde trabalhou 10 anos. Em seguida foi para o Paraguai. Lá ele trabalhou em paróquias rurais, ajudando os agricultores e ajudando a organizar cooperativas.
Nos últimos anos ele trabalhou com os “Brasiguaios” e o seu amor pelos Brasileiros levou-o a mudar-se para o Brasil, depois de oito anos no Paraguai. Veio para a Província Brasil Sul. Trabalhou um tempo em Medianeira e em Mato Grosso do Sul. Acompanhou o movimento “Sem Terra” e até ficou morando num acampamento dos sem-terra. Foi transferido para a Região Amazônica onde atuou até os seus últimos dias como “Profeta” da Região, sempre chamando a nossa atenção com suas colocações evangélicas.
Pe. Patrício foi o primeiro Verbita a trabalhar na nova Prelazia de Itaituba como Pároco de Trairão. Lá enfrentou os piores tempos dos atoleiros e conquistou a admiração do povo com sua determinação e enfrentando todo tipo de dificuldade para cumprir seu programa de visitas, andando quilômetros e quilômetros a pé. Depois trabalhou em Rurópolis na Transamazônica em situação semelhante. O povo ainda lembra que quando marcava uma visita, não faltava, mesmo passando por água até o cinto. Largava o carro e ia embora a pé. Mas todo esse sacrifício teve suas consequências para com sua saúde e a perna não aguentou. Foi operado na Irlanda, mas não teve êxito total. De lá para cá sofreu muito com a perna, mas continuou a trabalhar, passando por Óbidos onde ajudou muito os Quilombolas. Depois em Oriximiná e em Alenquer. Em Santarém ainda ajudou na comunidade Santo Antônio, bairro Laguinho.