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PACIÊNCIA E NÃO PERCA A ESPERANÇA, ORA E VIAGAI SEMPRE!

Meu querido irmão-irmã em Cristo!

Tem tanta coisa nesta liturgia de hoje, 16º domingo do tempo comum. Mas, vamos ver somente aquilo que Deus fala no nosso coração. Evanglhista de Mateus escreve para os judeus após a cerca de 50 anos, após os fatos da paixão e morte de Jesus. A comunidade cristã estava um pouco desanimada e cansada. Muitos já foram semeados mas pouco foi colhido. Lembramos que na semana passada Jesus falava da parábola do Semeador, falava dos 4 tipos de terrenos: do caminho ou da estrada, das pedras, dos espinhos e da terra boa. Evangelho de hoje é uma continuedade, como se Jesus explicasse aquele terreno bom que somos nós cristãos-batizados. Mas, o que acontece com o terreno bom que acolhe a Palavra de Deus, uns produzem 30, uns produzem 60 e outros produzem 100. Eu pessoalmente, me confesso que eu ainda não cheguei a produzir até 100, nem 60 daquilo que foi plantado dentro de mim. Porque ainda tem muita coisa que eu carrego dentro de mim.

Liturgia de hoje nos faz entender porque essa parábola do joio e do trigo, vem nos explicar muitas coisas da nossa existência. Primeira delas, o joio que é o símbolo do mal, não é semeado por Deus. O mal não vem de Deus. Isso pode parecer simples mas não é. Santo Agustinho foi influênciado por uma filosofia maniqueismo. Explicava que havia dois principios, do bem e do mal. Durante nove anos ele acreditava, que existia esses 2 principios: o bem e o mal. Ele queria entender como é que o mal existia dentro do homem. Se o mal não vem de Deus, então de onde vem o mal? Depois da sua conversão, ele diz, “O mal é que nada mais do que a corrupção do bem. O que existe é o bem, mas o mal entra e simplismente corromper aquilo que existe. Assim como a luz, existe só a luz mas quando ela sai é ausencia dela. Então o que existe é a luz. O que existe é Deus, a bondade”. Mas porque tem o mal? E, de onde vem o mal? É da corrupção que semeado em nós pelo inimigo. Ou seja, nós que acolhemos a Palavra de Deus, começa a produzir frutos, nós superamos os caminhos, os pássaros, e as pedras, mas mesmo assim a nós que acolhemos a Palavra ainda é semeada em nós o joio. Mesmo como homem e mulher de fé e de Deus, mesmo convertidos, mesmo que eu aceitei Jesus, mesmo eu como padre, dentro de mim é semeado joio também.

E esse joio veio de onde? Nada mais da corrupção daquilo que existe. De onde vem esse mal. O mal é toda vontade contrária ao reino de Deus, que está dentro de cada um de nós. São paulo que diz para nós que dentro de cada um de nós existe uma luta. Deixe eu fazer bem que eu quero e não faço bem que não quero. Desde Adão e Eva nós rebelamos Deus todos os dias. Porque nós queremos tomar o boi pelo chifre conduzir e não queremos ser conduzidos. O ser humano tem dificuldade de submissão. Quando eu tiro Deus da minha vida, eu quero ser dono da minha própria vida. Eu posso piorar ou melhorar. Quanto mais eu estiver em Deus, menos o joio terá. O joio sempre vai existir dentro de nós, enquanto existimos nessa terra. O joio é a ganancia, orgulho, todo desejo da carne, é o domínio de si mesmo. O joio sempre terá, só que eu tenho que lutar para ser trigo do que joio.

O evangelho diz que o inimigo semeia quando nós dormimos. E o que é sono no mundo espiritual que faz entrar em mim o joio? O sono é fechar os olhos para Deus, é não orar, é não vigiar. Claro que ninguém consegue orar 24 horas. E mesmo que eu orasse 24 horas, a minha oração ela é fraca, limitada. Mas, a liturgia de hoje nos diz que o Espirito Santo sempre vem em nosso socorro. Ele intercede em nosso socorro. Mesmo que eu tenha Palavra de Deus em mim, eu não consigo nem rezar. E quando eu não oro, é nessa hora que eu dormo. Nessa hora que o inimigo entra e semeia o joio e vai crescendo.

O Evangelho também nos mostra que o trigo e o joio eles são muito semelhantes. O momento de saber que quando um é diferente do outro é quando dá fruto. São os frutos que vão nos mostrar que aquilo que nós sentimos e vivemos vem de Deus, ou de nós mesmos ou vem do inimigo. Por isso existe os dons do Espírito Santo,para poder discernir. Esse sentimentimeno é de Deus, de mim ou do inimingo? E, Quem deseja tirar o joio não é de Cristo, mas são os empregados conforme o evangelho de hoje. Os empregados somos nós, que acolhemos a Palavra mas muitas vezes somos duros, insensíveis, e queremos tirar o mal a todo custo. Mas, Deus é muito maior do que o julgamento humano. Deus permite que esse mal que foi semeado em nós cresça porque Ele espera que a bondade, em nós sufoque o mal. Ele espera até o fim da nossa existência que nós nos convertamos pelo trigo, pela graça não pela força de alguém arrancar. O evangelho fala de um grão de mostarda, de um pequeno gesto de amor tem poder de acabar com o joio dentro dee mim. A pequena abertura que doo para a Palavra de Deus. Na nossa vida temos a oportunidade de escolher, eu quero o trigo ou joio? Sempre teremos os dois, mas quando o fruto vem eu decido, esse aqui não, porque é o joio, é o mal, não é de Deus. E só na Palavra de Deus, no pensamento de Deus, na oração podemos saber que esse é o trigo e aquilo é o joio.

Então, a paciencia de Deus é divina, mas nós empregados de Deus queremos tirar o mal a todo custo. Deus espera que o mal se converta. As leituras de onde também nos falam desse amor divino. O salmo nos diz, “Ó Senhor vós sois bom, sois clemente e fiél.” A 1ª leitura nos diz, “A tua força é princípio de tua justiça, e o teu domínio sobre todos te faz para com todos indulgente”. Nós temos raiva do joio, Deus também não gosta mas Ele permite o mal, os sentimentos maus, porque Ele acredita no poder do trigo, no poder da bondade. Somos muito mais do bem do que mal. Por isso que precisamos de confiar mais na graça de Deus, porque Deus confie em mim, e em você também. Ele quer que eu e você sejamos melhores na Graça de Deus. Porque no fim dos tempos, na hora da morte, seremos purificados. Ninguém morre 100 % joio. Você vai ser mais joio ou mais trigo? Se for maior de você o trigo, você irá para Deus, e se o joio for maior então vai para longe de Deus.

Meu querido irmão-irmã em Cristo! Busquemos sempre a força de Deus. Não pare de orar. Quando eu paro de orar, eu dormo, é nessa hora, que inimigo entra e semear o joio. O inimigo pode ser uma pessoa, um pensamento, um livro, um filme, tanta coisa, vai entrar e semear o mal. E, lembremos que o inimigo não tem fruto, ele é quase semelhando o amor, a justiça e a verdade. Por isso que não confunda paixão e amor, não confunda amar e gostar. Não confunda justiça e vingança, porque são parecidos. Força, coragem e paciência. Deus quer que sejamos o trigo e não o joio. Eu me confesso que eu trago em mim muitos joios, mas eu acredito que Deus na sua misericórdia, na sua paciência infinita, no seu amor e no seu carinho sempre me corrige com amor através da Sua Palavra Divina. Atitude de amor na correção fraterna é muito importante na vida cotidiana. Na sua família, no seu trabalho, tem muito joio mas enquanto tiver uma gota de trigo, um grão, um pouquinho de fermento, Deus irá acreditar que você poderá se tranformar. Paciência e não perca a esperança, ora e vigia sempre. Que o Espírito Santo de Deus te ilumine e te fortaleça sempre. Amém.

Pe. João Lopo Loin, SVD

 

 

REFLEXÃO DOMINICAL: XVI DOMINGO DO TEMPO COMUM 2023

Neste domingo, encontramos um verdadeiro transbordamento da criação, que espera ansiosamente sua libertação em Cristo: chuva, neve,terra, semente, plantio, trigo, pássaros, espinhos,pedregulhos, sol… É bela essa riqueza. Um discípulo do profeta Isaías, no retorno do exílio babilônico, sonha com a restauração da nação, tendo como fundamento o cumprimento da Palavra de Deus. Para o profeta, essa palavra é fecunda e eficaz como a chuva ou a neve, que sempre cumprem seu papel: realizam a vontade de Deus, fecundam a terra e fazem a planta germinar. Jesus começa seu Discurso em Parábolas. Nesse capítulo 13, ele conta sete parábolas: do semeador, do joio, da semente de mostarda, do fermento, do tesouro, da pérola e da rede de pesca. No texto de hoje, além de contar a parábola do semeador, Jesus a explica e diz por que fala em parábolas. É um ensinamento sobre o Reino dos Céus ou com conteúdo escatológico.Trabalha com a tensão entre ocultar e revelar os mistérios do Reino, dependendo da atitude com a qual a pessoa os recebe.

Na parábola do semeador, estabelece-se umabela relação entre o semeador, a semente e o terreno. A semente é imagem da Palavra de Deus. A Palavra proclamada enfrenta as dificuldades próprias do terreno e suas circunstâncias. Os quatrotipos de terreno são os quatro níveis da escuta daPalavra. Há resistências pessoais, familiares ou comunitárias no processo de recepção da Palavra. São quatro níveis: à beira do caminho,no terreno pedregoso, entre os espinhos e em terra boa. No primeiro, ela nem chega a germinar, é roubada. Ouvimos, mas não compreendemos, pois o Diabo divide e afasta o homem de Deus. No segundo, ela germina, mas não cria raiz. Ouvimos a Palavra com alegria, mas não temos profundidade, perseverança: as pressões, a preguiça, a faltade oração, as críticas, os sofrimentos nos fazem infiéis. No terceiro, ela germina e cria raiz, mas é sufocada, não consegue crescer. Ouvimos a Palavra, mas estamos demasiadamente preocupados com as coisas do mundo, com o trabalho,as correrias, com a internet, com as redes sociais,com o mundanismo, com as seduções egoístas.Tudo isso sufoca a Palavra em nós. No quarto, a Palavra germina, cria raiz, cresce e dá fruto. Caiu em terra boa, bem adubada. A fé escuta a Palavra; a esperança a faz crescer; a caridade a faz frutificar. Somos felizes porque temos acesso aos mistérios do Reino. Somos felizes porque, com a criação, esperamos ansiosamente a nova humanidade dos filhos de Deus, fruto dos critérios do Reino e da configuração ao novo e livre Adão, Jesus Cristo. Esse é o trabalho de parto levado adiante por aqueles que acolhem a Palavra em terreno bom e capaz de frutificar.

Pe. Tej Kumar, SVD