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REUNIÃO DA COORDENAÇÃO DA CAMPANHA A VIDA POR UM FIO

       A reunião da Campanha a vida por um fio iniciou-se as 10:10h do dia 13 de Maio de 2024 com a participação de Moema, Daniel, Inácio, Ir. Simão, Gianfranco, José Boeing, Paulo Cesar Moreira e Isabelle. Moema coordenou a reunião e falou que Daniel e Pe. Dario estavam em Bogotá na Colômbia pra o encontro da CEAMA. Daniel pode participar uma parte da reunião.

      O primeiro ponto da pauta foi sobre as Audiências Públicas do GT Sales Pimenta. O primeiro relato foi do Paulo Cesar Moreira da SMDH falou que participou do evento coordenado pela CDDH da Serra e Vitória no Espírito Santo.  Para ela a Audiência presencial e avaliou que foi positiva, mas o tempo para apresentar proposta foi curto, pois a assessoria do GT de Brasília, Leticia e Ingrid não chegaram porque não foram compradas as passagens. Sendo assim falaram online e isso foi muito longo as apresentações dificultando o debate e encaminhamentos das propostas houve muitas falas. Participaram 40 pessoas.

       Inácio de MT relatou o trabalho da Audiência Pública GT Sales Pimenta realizada no dia 12 de abril. Participaram representantes do Conselho Estadual Direitos Humanos, Condel de MT. Fórum da Terra e Defensoria Pública. A primeira parte foi pela manhã como Audiência Pública. E na parte da também Escutas e propostas dos 50 participantes, respondendo as 15 perguntas enviadas pelo GT Sales Pimenta.  Paulo Carbonari veio para assessorar e fez uma exposição sobre o processo e impasses do encaminhamento do GT Sales Pimenta. Depois houve um cochicho e falas de 3 minutos cada.  O importante foi a presença do Paulo Carbonari, pois já vinhamos trabalhando já 10 anos para implantar o PPDDH no estado. Então, foi importante esse debate com o Condel.

       Os demais participantes da reunião não tinham informes sobre o GT Sales Pimenta. Por isso, seguimos com a pauta a respeito do encontro no dia 22 de maio em Brasília do GT Sales Pimenta Na parte da manhã nos reuniremos para preparar o encontro com a participação da Letícia do MST, Frigo do CNDH, Maria Emília de Minas Gerais e Zezinho Kaapó do Maranhão. As entidades do CIMI. CONAQUE e membros da das entidades da Campanha a vida por um Fio. A tarde será no Ministério a Audiência Pública.  Serão relatadas as experiências coletivas. Paulo Carbonari vai participar online devido o problema das chuvas no Rio Grande do Sul. Daniel reforçou essa proposta e acrescentou que no dia 23 de maio teremos a reunião das Campanhas, avaliando os encaminhamentos do Seminário que realizamos na CONTAG em novembro de 2023. Será uma reunião estratégica para dar continuidade na prática o que estamos fazendo e do trabalho do PPDDH, referente aos Defensores/as dos Direitos Humanos.

Outro assunto foi os informes dos territórios. Ir. Simão falou desde Roraima. Relatou que as comunidades indígenas vão ter problemas com as eleições, devido à pressão da direita sobre os territórios. Por exemplo, semana passada teve um conflito, pois os indígenas fizeram uma barreira de vigilância para controlar a entrada não indígenas. O município entrou com ação judicial solicitando desobstrução da estrada. A PM veio para tentar para desobstruir. Houve tensão, pois tem indígenas apoio esses grupos. Tema dos Agrotóxicos é grave. Ele participou com indígena Macuxi denunciando na ONU essa questão. E agora voltando ao território, os sojeiros continuam jogando agrotóxicos.

       Gianfranco informa sobre a nota que a Pastoral Carcerária Nacional pede o posicionamento firme contra a manipulação religiosa da Resolução n. 34/2024 que garante a liberdade religiosa das pessoas privadas de liberdade. “A mera leitura da Resolução n. 34/2024 revela sua preocupação em assegurar o direito fundamental ao exercício da fé, e à livre manifestação da religião – sendo a mudança de religião, de consciência ou de filosofia assegurada no texto”. A nota da Pastoral Carcerária também denúncia a “grande e perversa onda midiática com a qual se quer derrubar e anular o trabalho coletivo de diversas entidades e denominações religiosas sobre o tema da assistência sócio-espiritual e à liberdade religiosa das pessoas privadas de liberdade, cujo resultado é RESOLUÇÃO CNPCP Nº 34, DE 24 DE ABRIL DE 2024”. Segundo Gianfranco a tendência da Igreja Universal e católico reacionários reagiram contra essa resolução. Por isso, a nota lançada pela Pastoral Carcerária, defendendo a resolução. Tem ataques das instituições e pessoas externas e internas. Em São Paulo a situação está muito tensa e a coordenadora Ir. Petra tem sido vítima dessa manipulação.

Pe. José Boeing apresentou 3 informes: 1. Curso sobre os mecanismos de Proteção popular e o fortalecimento da rede local. Isso aconteceu nos dias 27 e 28 de abril em Rio Branco, Acre. Participaram 25 mulheres, sendo 18 religiosas das lideranças das Pastorais Sociais, REPAM, CPT, CIMI e Grito pela vida de Rio Branco. Objetivo foi fortalecer a Rede Local de solidariedade e acompanhamento dos defensores/as dos Direitos Humanos e a necessidade ações conjuntas. Dom Joaquim, bispo de rio Branco esteve presente. Mas como ele estava bastante doente e com expressão cansado e com dificuldades de administrar todos os desafios animou a todos que continuem fazendo as ações em defesa da Justiça e da Paz. 2. O outro evento em nome da REPAM e Campanha foi nos dias 4 e 5 de maio em Porto Velho no reencontro das lideranças e entidades da REDE local de defensores/as e lideranças das Pastorais Sociais, Cáritas e Serviço Pastoral do Migrante, CPT e CIMI. Com a presença animadora de Dom Roque o grupo seguirá seus trabalhos. E 3. Em Santarém k7 e 8 de maio aconteceu o Seminário Técnico sobre a viabilidade ou não da FERROGRÃO. Ferrovia de Sinop (MT) a Miritituba (PA). 993 km. Em nome da REPAM este Melillo que participou de uma das mesas de debates. Foi coordenado pelo GT do Ministério dos transportes. Participaram membros da sociedade civil organizada com os povos indígenas, quilombolas, extrativistas, agricultores. Também participou representantes da APROSOJA que defende a construção. Todos os movimentos e técnicos da Universidades e especialistas questionam o projeto e modelo devastador que quer ser implantado na Amazônia. Ainda teremos uma grande luta em defesa do território e dos povos. Encerramos as 11:15h. Agradecemos a Moema pela coordenação da reunião.

VERBITAS PARTICIPAM DA ASSEMBLÉIA DO POVO INDÍGENA NA REGIÃO DO XINGU

O Povo Parakanã na sua Assembleia

            Os Verbitas da Região BRA assumem o compromisso missionário em três áreas indígenas: Oiapoque, Arapiuns e Altamira. Os confrades Verbitas que trabalham nessas áreas indígenas são capacitados pelo Conselho Indigenista Missionário (CIMI) – órgão responsável pela missão indigenista da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, e portanto são membros deste. Nos dias 6-8 de Março os Verbitas do CIMI participam da assembleia do povo indígena da etnia Parakanã, na região médio Xingu no estado do Pará. 

I. CONHECER O POVO PARAKANÃ

            Na região médio Xingu no estado do Pará se concentra maior número da população indígena, incluindo o Povo Parakanã. Além disso se encontra nessa mesma região os demais povos como Juruna, Xipaia, Kuruaia, Arara, Kararaô, Xikrin, Araweté e Assuriní espalhados em centenas aldeias nessa região. O povo Parakanã residem em 22 aldeias, uma próxima da outra. O sistema de liderança nas aldeias é de cacicagem isto é os (as) caciques que são líderes para cada aldeia. Além disso, está se desenvolvendo a organização das associações nas aldeias. O povo Parakanã é classificado como povo de recente contato. Pois apenas de quatro décadas de contatos com o povo branco e o mundo exterior. Salvo alguns fatos mais recentes de que existe o casamento com os brancos. Todos eles ainda falam a sua língua materna de tronco Tupí. Nas escolas se utilizam duas línguas: portuguesa e língua materna. Os mais idosos só conseguem se comunicar com a língua materna, enquanto os mais novos conseguem se comunicar em ambas as línguas. 

II. OS DESAFIOS DO POVO PARAKANÃ

            Maior desafio deles é manter a posse da sua própria terra. Durante vários anos a terra Apyterewa (nome da terra) foi invadida ilegalmente e se transformou em fazendas e garimpos. Os invasores também desmatam a floresta e poluem os rios. Assim causou um grande problema ambiental e saúde do próprio povo. 

            Outro desafio é que a área habita é muito distante do centro urbano. Por isso, dificulta o atendimento de saúde, desenvolvimento econômico e progresso na educação. Só para ter uma ideia a viagem de Altamira à aldeia mais próxima dos Parakanã no verão dura por 36 horas de voadeira. Por ter o contato com a cultura de fora, o povo corre o risco de deixar do lado os seus valores culturais milenares e adotam estilo de vida de fora sem fazer o devido discernimento. 

III. A RECONQUISTA DA TERRA

            Depois de ter lutado por vários anos o povo Parakanã finalmente reconquista a sua valiosa terra. No dia 6 de Março recentemente com a presença da Ministra dos  Povos Indígenas, Sônia Guajarara, FUNAI, Ministro da Casa Civil, Representante da AGU, Representante do Gabinete do STF, Polícia Federal, Força Nacional, os Movimentos Indígenas e as Associações realizam o ato oficial de entrega do Documento do Processo da Desintrusão da Terra Indígena Apyterewa. 

IV. PRESENÇA DOS VERBITAS

Pe. Patrício Brennan e Pe. Elly Nuga (os missionários que estão atuando na missão com povo indígena) tirando foto com um ancião da aldeia.

            Desde o ano de 2014 os Verbitas iniciam sua presença e atividade missionária nesta área indígena, incluindo no meio do povo Parakanã. São dez anos de caminhada marcante com todos os desafios e possibilidades. Atualmente, nossos dois confrades colaboram com esse povo na sua luta cotidiana. Por tal contribuição os Verbitas foram convidados para participar deste momento histórico e marcante que é a reconquista da terra. 

Na sua visita regional, Pe. Leonardo Gade (Superior Regional BRA) foi também para aldeia, participou o evento e tirou foto com um ancião da aldeia. Apyterewa.

V. A MISSÃO VERBITA CONTINUA

O povo Parakanã ja está com a sua terra nas palmas de suas maõs. Eles ja têm toda segurança e tranquilidade para manter, cuidar e cultivar na sua própria terra. Agora os Verbitas continuam com a sua missão de colaborar com esse povo tanto no campo religioso, econômico, cultural, político e ambiental.