Irmãos e irmãs, neste domingo a Igreja celebra a transfiguração do Senhor, o que quer dizer, a revelação da divindade de Jesus aos seus discípulos. Esta celebração da Transfiguração de Jesus, é colocada 40 dias antes da celebração da Santa Cruz.
Jesus subiu na montanha junto com seus discípulos Pedro, Tiago e João para rezar. E no momento de sua reza, ele mudou de aparência, assim apareceram lhe Moisés e Elias conversando com ele, nos narra o evangelista São Mateus. Moisés e Elias representam duas figuras importantes na história do povo de Deus. Os ensinamentos e os testemunhos dessas duas pessoas são tão enraizados na cultura judaica que a presença e os ensinamentos de do Filho de Deus são praticamente desconsiderados perante Moises e Elias.
O que importava às autoridades religiosas naquele tempo era o legado que Moises e Elias deixaram e não a novidade que Jesus trouxe. Neste aspecto, Mateus quis nos dizer neste Evangelho que o que importava e que ainda importa ao povo não era mais a figura de Moisés e Elias, mas a presença e os ensinamentos do Filho de Deus. Pois no momento da Transfiguração, somente o rosto de Jesus que brilhou, e nada foi dito a respeito de Moises e Elias. Então a única pessoa que brilhou era Jesus Cristo. Quer dizer a única pessoa que conta, a única pessoa que o povo judeu precisava olhar. Moisés e Elias serviram de instrumentos para Deus se comunicar com seu povo e não são os principais, mas o Filho de Deus sim, ele é o principal. Assim precisa cair a expressão: eu sou mais importante, eu sou mais valioso de todos. Por isso em seguida a voz de Deus se fez ouvir, “este é o meu Filho amado na qual Eu pus tudo meu agrado”.
Estes dois sinais, a transfiguração e a voz do Deus, nos mostram que o único que o mundo precisa escutar e seguir é Jesus Cristo.
Hoje o cristão é confrontado a tantas vozes que as vezes fica confuso; as vozes que vêm de nosso íntimo, das situações em que se encontra, vozes que vêm do mundo, estas vozes podem nos afastar de Deus e nossos irmãos, pois o mundo tem o seu próprio caminho que a maior parte é de instrumentalizar o ser humano para ganhar mais lucro; uma voz que faz que o cristão perde a sensibilidade para com outro, enquanto a voz do Filho que Deus nos convida e nos oferece a salvação e a libertação, e nos ajuda a encontrar o verdadeiro caminho.
Quem escuta a voz de Cristo, precisa se comprometer com a sua fé e com a vida desconsiderando as vozes que hoje causam divisão no mundo e nas famílias.
Pe. Agostinho Mevor, SVD