Arquivo mensais:agosto 2017

PROJETO MISSIONÁRIO SVD AMAZÔNIA (BRA) 2017– 2019

O Verbo Divino nos seus mais de 30 anos de presença na Amazônia quer ser uma presença de serviço, reconhecendo que existem muitas formas de viver a fé, preservando o núcleo central do evangelho. O respeito pelo outro e pela forma como ele manifesta o seu sentimento religioso é fundamental para uma evangelização autêntica.Visita_Superior_Geral_29

Nós entendemos este ponto como primordial para continuarmos a evangelização através dos passos seguintes que são: a formação de lideranças, a vivência autêntica da fé em uma comunidade eclesial, a criação de uma igreja toda ela ministerial, o amor pela Palavra de Deus, rezada, estuda, amada e praticada e uma eucaristia que confirma a todos na unidade e no amor de Cristo. Enfim, trabalhamos para ter:

Uma Igreja ministerial fundada sobre o princípio da comunhão e participação, que se concretiza especialmente em organismos de participação (conselhos diocesanos de pastoral, assembleias diocesanas, conselhos presbiterais, conselhos de leigos, conselhos comunitários, coordenação diocesana de pastoral etc.)Visita_Superior_Geral_15

Uma Igreja que está assumindo a vida do povo celebrando o mistério pascal a partir de suas características culturais e nos desafios de viver nas florestas e periferias das cidades, indicando um espírito de resistência;

Uma Igreja que está de maneira especial assumindo na Paróquia uma rede de comunidades, caminho para uma evangelização capilarizada e eficiente, formando discípulos-missionários;

As Comunidades Eclesiais de Base, assumidas como essenciais por nós, tornaram-se ao longo das últimas décadas, um novo modo de ser Igreja. Surgiram e espalharam-se por toda a Amazônia, assumidas de modo especial a partir do Encontro Inter-Regional de Santarém (1972), que pretendia aplicar as decisões de Medellín à nossa região.

Nas CEBs se vive a dimensão samVisita_Superior_Geral_06aritana da compaixão ativa e interajuda, de um coração e mãos abertas para quem sofre ou passa necessidade, mas também a dimensão profética de anunciar continuamente a utopia do Reino e, ao mesmo tempo, denunciar todos os mecanismos e estruturas que impedem a chegada do Reino.

Assume-se a questão indígena como causa de toda a Igreja na Amazônia. A presença solidária e o apoio incondicional à luta por seus direitos foi e é fundamental para que hoje a maioria dos povos indígenas da região tenha suas terras demarcadas. É também de enorme importância gerar uma consciência de respeito e valorização dos povos, suas culturas e seus projetos de “Bem Viver “.

Dezenas de povos saíram do silêncio em que foram forçados a se ocultar para sobreviver. Ressurgiram das cinzas e estão lutando pelos seus direitos e suas terras. Além disso a atuação corajosa dos missionários, selando seu compromisso através do sangue derramado pela vida desses povos, propiciou o surgimento de articulações e organizações dos povos indígenas, essenciais para a conquista de seus direitos e sua autonomia.

Visita_Superior_Geral_27Os riscos de extermínio de vários grupos indígenas em estado de isolamento voluntário, exige um renovado compromisso com a sobrevivência de milhares de vidas e povos ameaçados de extinção.

A Igreja depara-se hoje com uma verdadeira enxurrada de grandes projetos que os Governos querem implantar, seguindo a estratégia do “fato consumado “. Não há discussão, nem consulta popular que merecesse este nome. Decide-se e executa-se. Oponentes são criminalizados ou taxados de inimigos do progresso. Também os ribeirinhos, seringueiros, quilombolas, e outros povos tradicionais sofrem pela falta de reconhecimento de suas terras. A Igreja continua solidária com estas lutas.

Também nos deparamos com a emergência do fenômeno urbano, com o inchaço nas periferias das grandes cidade, exploração sexual, tráfico de pessoas e de drogas, violência. Em vez de investimentos em políticas públicas de saneamento básico, saúde, educação e segurança, o Estado prioriza políticas compensatórias, apoia e incentiva o grande capital, investe na construção de estádios monumentais e outras obras faraônicas.

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